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domingo, 28 de setembro de 2008

Livro Caminhos Sem Volta


(Sinopse do Romance lançado
em 2007)


Desde a infância Laura enfrentou em sua vida decepções de perdas importantes, que deixaram marcas indeléveis em seu caminhar.
Seu Pedro e Dona Maria, pessoas queridas, se foram de forma brutal. Sua avó, presença inesquecível, fugiu de seu convívio sem que sua juventude conseguisse entender essa decisão do destino. Aracê, a índia quase irmã, primeiro distante por seguir o amor de sua vida, depois a doença que a separa mais uma vez, e desta vez para sempre. Seu pai saiu cedo de sua vida, e sua mãe após tanto sofrimento logrou encontrar o descanso nos braços da morte. Seu irmão, desleixado, mas de coração de ouro, deixou a marca da saudade. Assim, ora um depois o outro, todos cumpriram seu destino deixando para Laura apenas as lembranças.
Nos amores Laura nunca encontrou o porto seguro que esperava, as lágrimas e o sofrimento fizeram secar também sua alma. Nem Ricardo, gentil cavalheiro, logrou tirá-la da noite negra que o mundo lhe reservara. E assim, em um viver cheio de perdas, Laura compreendeu que o caminhar de sua vida a levara a um mundo de solidão, onde sequer suas duas filhas lembram de procurá-la.
E o futuro? Só o tempo dirá!

sábado, 27 de setembro de 2008

Novo livro de Paola Rhoden


O romance "Dezessete Anos" de Paola Rhoden, foi lançado na Bienal Internacional do Livro em São Paulo, no dia 15 de Agosto de 2008.


É a história de Vanessa, que mora em uma cidade litorânea na Bahia. Os acontecimentos que surgem do nada a deixam perplexa com os atos dos seres humanos. Ela não entende a capacidade que as pessoas têm de machucar a si mesmas e aos outros. Os amigos, alguns deles ciganos, fazem-na ver que as diferenças podem tornar-se igualdades, para isso basta que façamos tudo da maneira certa. Desde criança aprendeu que o trabalho é o que importa e que nos dá o que comer. Muito pobre, aprendeu que não é o dinheiro que traz a felicidade, mas o que temos dentro de nós e o que podemos fazer com isso. Com todas as pessoas que conviveu, aprendeu que o poder de nosso querer é o que dá rumo à nossas vidas, e que os pensamentos são criadores de nossos destinos, e por isso nada acontece por acaso. Prostituição infantil, assassinatos, amores e perdas fazem a menina crescer mais em espírito, e chegar à conclusão que ser adulto não é fácil-

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

HOMEM NENHUM É MAIOR

(Todos os direitos reservados)
(Crônica)
Ser um objeto dentro do mundo, manipulado pelas raças e pelos poderes terrenos, quer sejam eles de natureza física ou da mente, é deixar-se levar pelas massas, não aproveitar o que de melhor a vida tem a nos proporcionar e não deixar transparecer o brilho de nossa alma para o mundo que nos cerca.
Viver não é uma tarefa fácil, mas também não é impossível de se contatar o verdadeiro caminho para uma vida melhor.
Ser um homem e uma alma ao mesmo tempo, dá um pouco de trabalho, mas com algum esforço se consegue. E é claro, além de se conseguir viver melhor, também fazemos a vida dos que estão ao nosso lado ser mais agradável, quer seja de uma forma ou de outra.
Devemos sempre levar em consideração os que nos cercam, pois deles depende também a nossa felicidade. Se os próximos estão felizes, por conseqüência somos felizes também.
Olhamos ao nosso redor e veremos a todo o momento pessoas que dependem de nós. Nossa família em primeiro lugar, nossos amigos, as pessoas que por algum motivo pedem algo para si e que nós possamos dar, enfim, uma grande quantidade de seres depende de nossos atos todos os dias. Isto faz com que sejamos bem mais importantes no contexto cotidiano, assim como todas as pessoas que nos servem de algum modo também o são.
Se pegarmos algumas das coisas que usufruímos diariamente, como roupas, calçados, comida, luz, água, telefone e tudo o mais, e analisarmos com calma quantas pessoas estão envolvidas no sistema para que obtenhamos o produto final em nossas mãos, ficaremos impressionados de a quanta gente devemos favores e dependemos para viver.
Que tal? Conseguimos saber o total dessa gente maravilhosa que nos serve sempre, e que sem elas nenhuma dessas utilidades poderia estar disponível em nosso dia a dia, ou para que pudéssemos trabalhar em nossos empregos tranquilamente?
Aí me pergunto: Será que agradecemos a Deus o suficiente, por essas pessoas existirem e nos servirem com tanto esmero?
Pensando nisso, vemos que não somos os únicos a dar a alguém alguma coisa, e sim que somos mais um.
Percebemos então, que o homem não está só e não pode viver só, num mundo onde todos somos uma única célula.
Em um mundo onde todos somos um.

CRÔNICA PREMIADA NO SITE LITERATURA LIVRE

VOLTANDO A GUARAPARI

Conheço o nosso Brasil de ponta a ponta. Norte a Sul, Leste a Oeste. Esse nosso Brasil lindo e faceiro. Mas nenhum lugar mais lindo que Guarapari. Não a Guarapari de hoje, já cheia de gente, poluída e suja. Mas a Guarapari daqueles dias, a quinze anos idos, quando a areia ainda era branca e o ar cheirava a maresia limpa. Pode chamar de nostalgia. Mas é pura vontade de ter ainda aquele sol boiando nas águas mansas, o ar matutino alegrado pelo vento nas folhas das palmeiras, o cheiro do pirão de alho misturado ao cheiro do café coado. A pousada era simples, sem riquefoques nem salamaleques. Apenas uma pousada perdida no areal, assombreada pelas árvores e palmeiras da região. O dono, um senhor já de idade, e sua filha, morena de encher os olhos dos marmanjos que por ali passavam. Cordiais e amistosos os dois. Davam as boas vindas, mostravam os aposentos, e deixavam o hóspede à vontade. Tão à vontade que alguns andavam de manhã até a noite, só de calção ou de biquíni, conforme o caso. Saía todo mundo logo de manhãzinha. Aí eu quedava silenciosa em um canto, ia escrevendo as cores, os sóis, os verdes, tentando por no papel o colorido da vista que se abria ante meus olhos. Quando os outros voltavam, eu saía. Percorria então os arredores, ouvia o soluço das águas espraiando-se pelo areão, corria com algum periquito mais corajoso que se aproximava, sorria por sorrir ao lusco-fusco da noite que se aproximava. Hoje já não é mais assim. Voltei lá para ver. E meu coração doeu com o que meus olhos viram. É! Pode ser saudade. Você tem razão!

A Gota d'agua


Numa linda manhã de sol, ao sair para o jardim de minha casa vi pousada displicentemente em uma folha da roseira mais alta, uma gota de água incomum. Seu brilho era tão intenso que precisei acostumar meus olhos a seu esplendor. Enquanto olhava, mais admirada ficava com o brilho que dela emanava. Embevecida, continuei ali a olhar para ela enquanto os minutos passavam.
Os raios de sol batendo em cheio naquela gota de orvalho, refletindo um lindo arco-íris, faziam-me pensar em prismas de cristais.
Havia algo de mágico naquele lindo pingo d'água.
Prestando melhor atenção, percebi que a seu lado uma margarida pedia com insistência para que ela caísse em suas pétalas para aliviar a sua sede. Do outro lado, uma rosa cheia de perfume, dengosa implorava seu frescor.
Com o calor do sol aumentando conforme os minutos passavam, todo o jardim ficava sedento. Então, quase em coro, as flores pediam para aquela maravilhosa gota d'água que lhes amenizasse a sede. No entanto, a bela e inatingível maravilha da natureza, ali ficava imóvel e silenciosa, não dando atenção aos apelos sedentos da população do jardim.
Uma velhinha que por ali passava, parou para olhar o belo jardim, e vendo a linda gota d'água pousada naquela folha, ficou por uns momentos a olhar os reflexos coloridos que cintilavam ao sol. Olhava e olhava! Mas a sede foi maior. Então, com carinho tomou em suas mãos a folha que servia de apoio para o repouso daquele pingo d'água, e quase com reverência a levou aos lábios secos. Fechou os olhos, e parecia fazer uma oração em agradecimento pela dádiva. Depois disso, a velhinha retomou seu caminho, levando nas faces um sorriso diferente, como se a felicidade a visitasse de repente.
Vendo a cena, fiquei imaginando, que aquela misteriosa e linda gota d'água, tendo pousado em meu jardim por pura obra divina, e depois de se negar a matar a sede das mais lindas flores, dignou-se a deixar alegre e feliz uma simples mendiga de rua.