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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Quem vai salvar a Amazônia?


Quem vai salvar a Amazônia
De crimes desta espécie?
Só Deus que não nos esquece!

Amazônia


A vista do verde esperança
M ata virgem deflorada
A rvores ficam na lembrança.
Z ona do Tambaqui e Tucunaré
O nde vive a Tocandira
N as voltas do Igarapé.
I ndio rema a Ubá ligeira
A nda em busca da seringueira.

V iajante que por lá ingressa,
E ncontra a Anta, Paca e Pacu.
R aro ver o Uirapuru,
D o canto o rei da floresta
E que deixa a mata em festa.

D as margens do rio que se foi
O uça o som do Peixe Boi.

N a curva do Negro, o Socó
O uve o rufo da Garça faceira.
S ozinho o Tamanduá Bandeira
S obe o barranco, e o Jaó
O usa enfrentar a Caranguejeira.

B acuri, Jenipapo e Taperebá,
R ente à mata o cupuaçu,
A çaí, Bacabá e Guaraná.
S elva pura tem a Iguana
I lhas tem a Sussuarana, e
L onge a Onça Pintada caça o Caititu.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Labirinto

A vida é um labirinto no qual entramos ao nascer. E durante a caminhada por diversas vezes nos perdemos nos meandros traiçoeiros. Os que conseguem encontrar o fio e achar a saída encontram a felicidade.

Contrastes

As aves de rapina voam baixo para poder abocanhar a presa. Mas as águias voam alto, porque seus ninhos ficam no pico dos rochedos.

Gostaria

Gostaria de poder tomar vinho como tomo suco,
em copos grandes e cheios.
Mas aí posso cair e fazer feio.

Gostaria de poder comprar roupas
como compro pão, todos os dias.
Mas aí a conta no banco pode ficar vazia.

Gostaria de poder comer toda hora,
como o trabalho que faço.
Mas aí posso ocupar muito espaço.

Gostaria de poder ter uma legião de amigos,
como tenho alguns verdadeiros
Mas aí posso não conhecer seus paradeiros.

Gostaria de poder ter alguém sempre ao meu lado,
como um Anjo guardador,
Mas aí pode morrer o amor.

A vida

A história da vida das pessoas, nada mais é que pedaços de um filme do qual Deus escreveu o texto, é diretor e nos colocou como atores.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O sorriso

Ah! Como é doce acordar com o trinar alegre dos pássaros, olhar pela janela o amanhecer vibrante da natureza, ver a brisa fresca brincar com a grama verde esmeralda ainda orvalhada, e duas garças em um vôo delicado rumo ao nascente.
Quanta beleza espraia em frente ao olhar aturdido pelo sol radiante no azul perfeito do céu, que aquece a fria e doce manhã.
Como são belos os sóis da primavera!
Levam embora o gelo dos corações entristecidos, e deixam a alegria entrar como visita esperada. Esta entra, senta, acomoda-se, fica à vontade, e molhando as fibras da tristeza, debilita-a. Os olhos sorriem antes dos lábios, que demoram mais a abrir por falta de prática, perdida por ficar tempo demais sem sorrir.
Mas devagar, diante da beleza exposta sem cerimônia à luxúria da manhã brilhante, a tristeza se vai, e os lábios ressequidos abrem-se e fazem o seu trabalho, acomodando no farfalhar das folhas, o bálsamo que destrói qualquer falta de afeto, que tira qualquer desavença entre o interior e o exterior, e poderoso faz o mundo melhor.
O sorriso!
Suave a princípio, mas que devagarzinho se abre como as pétalas das belas flores do jardim em frente, que o recebem como alento na faina do bem viver. O escuro do coração se vai também, ficando o cintilar da vida, que brilha com a beleza transmutada pelo sorrir.
No horizonte, a lua ainda não foi embora e recebe de chofre os raios do sol, que do outro lado a saúda. Os dois também sorriem na felicidade de existir. Sol e Lua, juntos no namoro eterno do alvorecer.
O sorriso! Mágico e doce remédio para qualquer desavença, qualquer desafeto, qualquer mal querer. É remédio para a inimizade, serve para fazer amigos, e é o início do Amor!

domingo, 18 de janeiro de 2009

Resenha do livro de Valdeck Almeida de Jesus

Uma saga, muitas vidas

JESUS, Valdeck Almeida de. Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden. Giz Editorial, São Paulo, 2007.
Sobre o autor: Valdeck Almeida de Jesus, nasceu em Jequié na Bahia, em 15 de março de 1966. Cresceu e estudou no interior da Bahia, e transferiu-se para Salvador para trabalhar em órgão publico federal, onde vive até hoje.
Ler a história da família de Valdeck, contada nesse livro, nos faz vivenciar cada minuto dos fatos contados como se lá estivéssemos. A narração é clara e precisa.
Os fatos ocorridos com ele e seus irmãos pela falta de alimento, moradia e higiene, poderiam ter levado tantas crianças para os caminhos do submundo onde grassa a droga e o crime. No entanto deixam uma mensagem de valores que ainda existem, e podem servir de exemplo a tantas outras crianças com semelhantes viveres.
No transcorrer da história, em alguns trechos, pensa-se em um desfecho desagradável, mas logo adiante nota-se que a vida mesmo adversa, pode formar elementos positivos no pensamento das pessoas, e as leva para um caminho cheio de novas esperanças.
Esta história contada de forma tão singular, ora com humor, ora com grande emoção, prende o leitor de forma cativante. Como as peraltices dos meninos, que mesmo pedintes, achavam tempo e coragem para serem crianças. Ou da mãe, que entrevada e mendiga, não deixava os valores morais de lado, orientando os filhos para o caminho do bem e da honestidade.
Um dos trechos da narrativa que chama a atenção é a alusão à falta de ética nas escolas, onde ‘professores fingem ensinar e alunos fingem aprender’. Uma realidade brasileira.
Uma das mensagens que se tira da história, é que muitas coisas que acontecem na vida, parecem ser de tanta importância no ato do acontecimento, e que depois de muitos anos vai se notar que não foi tão importante assim. Que se pode seguir vivendo sem algo que parecia ser imprescindível.
Entre tantos livros lidos, este é um dos melhores em termos de autobiografia e história de uma saga. Criativo, de fácil leitura e que prende o leitor até o final sem cansar.
Pela autenticidade do autor e grande envolvimento social, essa obra pode ser lida por pessoas de todas as idades, inclusive em escolas, onde pode servir como um exemplo a jovens de todas as classes sociais.

sábado, 17 de janeiro de 2009

O Anjo


U ma família e uma casa,
M uitas flores no jardim.

A í vejo, só as asas,
N o brilho em frente a mim,
J á notei ao sol se por,
O lugar onde passou.

No Verão

Casa cheia de alegria
Risos e muito folia
Alegram o coração.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Um Sonho

Passei a vida nadando de braçadas no mar da sobrevivência.
Na selva bruta que é o nosso mundo urbano, lutei com leões em busca do alimento e do que vestir.
Mas guardava bem escondido um sonho.
No entanto, deixei nas gavetas muitas histórias e esse sonho no armário.
Foi aí onde percebi que a vida precisa ser mais que catar algumas migalhas, mais do que correr atrás do que comer.
A vida é feita de alguma coisa que está esquecida, em um canto do armazém fornecedor de nossos sentimentos, e que por um sem número de vezes deixei de procurar.
E por esse desleixo da vontade, deixei de ser o que realmente gostaria de ser, colocando de lado o poder de realizar para apenas obedecer.
Não saí de meu chão e evitei sonhar.
Acho melhor, não deixar a vontade se esvair nas brumas do esquecimento, porque sou feita da mesma matéria de meus sonhos e com eles devo voar. E se não aproveitar os momentos em que a oportunidade me visita, posso novamente ver sumir nas curvas dos caminhos a paisagem desenhada no meu sonhar.
E se o momento sumir, com ele some novamente a felicidade.
Sonhos são sonhos! Mas podem se tornar realidade.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Paixão

Ela nasce na alma
Aparece no olhar
Resplandesce no sorriso

Faz o coração pulsar
Paixão isso é preciso
Para quem quer sonhar

Mal pode manter a calma

E por ela perde-se o juizo.

Sucesso

S aber controlar os impulsos
U nir a sabedoria com a paciência
C onviver com a humildade
E scolher a dignidade
S entir prazer em ajudar
S alientar o dom de amar
O uvir com sapiência

sábado, 3 de janeiro de 2009

Ainda sou eu mesma...

Passei por muitos tropeços,
e muitas vezes chorei até cansar.
Tantas vezes fui traída que perdi
a confiança nos que pensava me amar.

Vezes sem conta me disseram,
que eu era a pessoa mais importante de suas vidas,
talvez a mais querida,
e esses foram sempre os que mais me magoaram.
Até algumas flores que plantei com carinho,
não nasceram ou não vingaram.

Mas, passei a vislumbrar uma luz lá no fundo,
me orientava novos caminhos
com um céu azul mais profundo,
novas oportunidades, talvez um carinho,
e essa luz me fez ver
que outros caminhos existem,
com pedras, ou sem elas, mas transmitem,
que sou eu quem deve escolher.

E percebi, depois de tanto sofrer,
que o bom sou eu que faço, e o mal também.
Por mim nada podem fazer,
ninguém tem o poder de fazer isso.
Só eu faço as escolhas,
e escolho os compromissos.
E posso ser feliz como ninguém,
mesmo depois de tantos dissabores,
tendo perdido os amores,
ainda sou eu mesma, ainda bem!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Uma virada vazia

Dia 31 de dezembro. Sentada, lendo um livro em voz alta para as paredes, porque não havia ninguém na casa além de mim, notei que os quadros, um com uma linda Hortência azul em um vaso de porcelana, outros com fotos que sorriem, pareciam ouvir. Nas fotos onde estou, o sorriso feliz e fácil. Sim, porque sempre fui feliz no passado. As fotos não mentem.
Na casa em silêncio minha voz ressoa solitária, como o tic tac do relógio na estante, e do meu coração na batida do fluxo e refluxo incansável para a conservação da vida. A minha vida.
Mas, estou só. Meus livros, os quadros, as paredes.
Houve outros anos novos onde havia muita gente. Família e amigos. Hoje só estou eu e o relógio com alguma atividade nesta sala. Ninguém mais. Senti a necessidade de ter alguém a meu lado.
Fui até o quarto e peguei um álbum de fotos. Era o álbum onde guardei as fotos de minha mãe quando ela faleceu. Fotos de momentos felizes passados em família. Fotos dela sentada no jardim. Outras com os filhos, amigos, meu pai. Momentos que se foram para sempre, mas que ficaram ali em imagens que agora são minha companhia. Porque também estou ali. Sorrindo.
Folheando as páginas, as lágrimas corriam pela face com a forte dor da saudade. Abracei-me ao álbum e chorei até adormecer no sofá.
Acordei com os fogos anunciando os últimos segundos de 2008. Olhei para fora e o brilho das estrelas estavam encobertos com o colorido cintilante por toda a cidade. O espocar alucinado me distraiu e esqueci um pouco minha tristeza, deixei o olhar vagar pela vibração, e o pensamento trazer para o meu lado, meus pais, meus irmãos, meus amigos. Falei alto como se ali estivessem: obrigado por terem vindo.
E por alguns momentos, enquanto os fogos coloriam o céu, fui feliz e esqueci a solidão.