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sexta-feira, 7 de março de 2014

Uma homenagem a todas as mulheres que deixam no espelho suas esperanças.



Olhei no espelho
O reflexo dizia que ali estava,
ainda uma bela mulher.
Em seus últimos momentos de beleza, 
mas, com certeza, 
Não era feliz.
A vida assim o quis.
Coloquei um vestido, 
daqueles que eu usava
em minha distante juventude, 
e na quietude
uma valsa dancei.
E pensei,
danço sozinha, 
porque solitária eu sou
nos caminhos onde vou.
Enquanto dançava, 
meus pensamentos 
seguiam outras valsas, 
em tempos, há muito passados, 
e docemente lembrados, 
que deixaram, 
nos andares da memória,
uma história,
e lembranças,
que me seguirão para sempre.
No escurecer da existência, 
o som morrendo nos acordes suaves, 
a penumbra sorri para a noite. 
E o vento num açoite,
não percebe os sons graves.
A leveza da música esmorece, 
o coração acelera, 
e o olhar entristece.
Silêncio. 
O som para. 
Olho ao redor,
ninguém viu, nem ouviu. 
Apenas eu, e o tic tac do relógio. 
Lá fora a vida segue,
com seus sons da vida alheia. 
E eu, dou adeus,
aos meus últimos momentos de mocidade, 
que fenecem, 
na saudade.
O vento segue soprando forte,
e eu sigo minha sorte.
A vida assim o quer,
mas ainda me sinto
uma bela mulher.