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terça-feira, 9 de novembro de 2010





Quem compra livros hoje no Brasil são alguns poucos que pertencem àquela parcela de aproximadamente 50% que lêem. Sabemos que leem, mas não compram. Porque por mais que se divulgue a cultura e a literatura, não conseguimos chegar aos tão esperados 80%, que outros países desenvolvidos têm de leitores que compram, porque os preços das editoras brasileiras ainda fazem do livro, um artigo de luxo.

De acordo com uma pesquisa realizada com o nome de ‘Retratos da Leitura no Brasil’ do Instituto Pró-Livro, e que disse que, “leitor é aquele que leu pelo menos um livro nos últimos três meses”, somos 95 milhões de leitores. Essa mesma pesquisa iluminou de esperança as Bienais Internacionais do Livro de São Paulo em 2008, no Rio em 2009, e São Paulo novamente em 2010. A pesquisa divulgou que 55% da população brasileira lia pelo menos um livro a cada três meses. No entanto, sabemos que as Bienais nem passaram perto das expectativas dos expositores, que ficaram dez dias de cada uma delas a esperar pelos leitores que não vieram, pelo menos não na proporção anunciada.

A mesma pesquisa disse, referindo-se aos percentuais divulgados que, “A principal responsável por esse avanço é a escola. Da média de 4,7 livros lidos por habitante por ano no Brasil, 3,4 é literatura indicada nas salas de aula". Isso nos esclarece porque a literatura infantil está em alta.

A pesquisa nacional do Pro Ler divulgou que 53% da população lê alguma coisa. E por aí a fora. Só que na prática não é bem assim. Os poucos frequentadores de livrarias não chegam nem nas proximidades desses percentuais.

A literatura mais procurada ainda é a que vem do exterior. Atinge quase 90% dos 95 milhões de leitores brasileiros, porque são eles também, que compram os poucos escritores brasileiros que têm a felicidade de serem publicados.

Para consolo, a Biblioteca Nacional, oitavo maior acervo do mundo, para comemorar seus duzentos anos de atividades faz uma mostra do tesouro particular que ela abriga, brindando o público com a exposição de duzentas peças com o nome de ‘Uma Defesa do Infinito’.

Um comentário:

Ronperlim disse...

O problema da leitura neste país é o hábito. Quantos milhões de reais não ficam amontoados em bibliotecas públicas precárias, empoeiradas; onde milhares de professores nem sequer ler.

O problema do livro literário é que ele sofre preconceito em relação a outros livros, principalmente os técnicos. Não adianta dizer que "Ler é viajar".

O que importa é expor para que serve a literatura na vida das pessoas, o que ela pode trazer de bom para a vida pessoal e profissional. Esse é um problema porque a maioria das pessoas que lidam com esse tipo de livro não explica com clareza.

Outro problema grave é que o livro não faz parte da cesta básica dos brasileiros, sem falar na maldita pirataria.

Por ora é isso.